A segunda-feira (05) chega ao final com os preços do milho mais altos no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, a única desvalorização foi percebidas na praça de São Gabriel do Oeste/MS (1,79% e preço de R$ 55,00).
Já as valorizações apareceram em Jataí/GO e Rio Verde/GO (0,88% e preço de R$ 57,00), Cafelândia/PR (0,90% e preço de R$ 56,00), Não-Me-Toque/RS (1,69% e preço de R$ 60,00), Panambi/RS (1,70% e preço de R$ 61,02), Cascavel/PR e Amambaí/MS (1,75% e preço de R$ 58,00), Campo Grande/MS (1,82% e preço de R$ 56,00), Porto Santos/SP (2,19% e preço de R$ 70,00), Itapetininga/SP (3,23% e preço de R$ 64,00) e Rio do Sul/SC (3,57% e preço de R$ 58,00)
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, as cotações do milho seguiram a tendência de alta no mercado físico nos últimos dias sustentadas pelo dólar. “Mesmo com a colheita norte-americana a todo vapor, o interesse do produtor brasileiro negociar para o mercado interno é mínimo neste momento”.
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que os preços do milho continuam em alta na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea, na praça de Campinas (SP), por exemplo, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa segue renovando as máximas nominais.
“Em setembro, a média do Indicador, de R$ 60,06/sc, foi a maior, em termos nominais, de toda a série mensal do Cepea, iniciada em 2004. Já em termos reais, trata-se da maior média desde março/20, quando foi de R$ 62,7 (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de agosto/2020”.
Segundo pesquisadores do Cepea, esse aumento está atrelado à “retração de vendedores, que estão atentos ao clima seco e quente e aos possíveis impactos desse cenário sobre a safra verão. Além disso, a forte desvalorização do real frente ao dólar deixa o milho brasileiro mais competitivo no mercado externo, elevando a demanda internacional”.
A publicação destaca ainda que “muitos vendedores adiantaram a comercialização do cereal, o que tem reduzido a disponibilidade doméstica, mesmo diante de uma produção recorde. Do lado comprador, muitos mostram maior interesse em novos negócios, reforçando as altas nos preços do milho”.
B3
Os preços futuros do milho operaram durante todo o dia em alta na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registravam movimentações positivas entre 0,89% e 2,26% por volta das 16h21 (horário de Brasília).
O vencimento novembro/20 era cotado à R$ 67,80 com ganho de 1,39%, o janeiro/21 valia R$ 67,79 com elevação de 1,18%, o março/21 era negociado por R$ 67,70 com alta de 0,89%, e o maio/21 tinha valor de R$ 65,24 com valorização de 2,26%.
Nem mesmo as movimentações negativas do dólar ante ao real no câmbio foram suficientes para tirar força dos contratos do cereal brasileiro. Por volta das 16h40 (horário de Brasília), a moeda americana caia 2,12% e era cotada à R$ 5,56.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado segue firme neste período em que o setor de rações está comprando para fazer estoques para a virada do ano. Além disso, há um atraso no plantio da safra verão, que andou nesta semana, mas ainda existem lavouras por plantar.
“Aquele milho do final de dezembro e começo de janeiro não vai existir porque tivemos o plantio com duas ou três semanas de atraso, então vamos ter milho só lá no final de janeiro e fevereiro mesmo com as chuvas do último final de semana”, explica Brandalizze.
Mercado Externo
Já os preços internacionais do milho futuro registraram poucas movimentações durante toda a segunda-feira na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registraram flutuações máximas de 0,25 pontos ao final do dia.
O vencimento dezembro/20 foi cotado à US$ 3,79 com queda de 0,25 pontos, o março/21 valeu US$ 3,89 com estabilidade, o maio/21 foi negociado por US$ 3,94 com estabilidade e o julho/21 teve valor de US$ 3,98 com perda de 0,25 pontos.
Esses índices representaram estabilidade, com relação ao fechamento da última sexta-feira para o dezembro/20, para o março/21, para o maio/21 e para o julho/21.
Segundo informações da Agência Reuters, os futuros do milho de Chicago caíram pela segunda sessão na segunda-feira, com os preços ficando sob pressão devido às expectativas de um relatório semanal Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) mostrando o rápido progresso da colheita.
“A colheita dos Estados Unidos está progredindo bem, pois o tempo está muito bom. A compra chinesa sustentou os preços, mas se você olhar para o passado, as importações chinesas de produtos norte-americanos têm sido normais, não há uma demanda excepcionalmente alta”, disse Phin Ziebell, economista de agronegócio do National Australia Bank.