Cacau: Preços internacionais atingem maior nível em seis anos

Os preços internacionais de cacau vêm subindo nas últimas semanas, em meio a preocupações com a oferta da África Ocidental, onde produtores não têm conseguido cumprir contratos de entrega física.

Os futuros do cacau em Londres fecharam em 2.119 libras a tonelada ontem. No dia anterior (22), fecharam em 2.123 libras por tonelada, o maior nível desde novembro de 2016, em grande parte por causa de preocupações com a oferta da Costa do Marfim, o maior produtor mundial.

De acordo com analistas e traders, os preços começaram a subir no início deste ano, com sinais de que os exportadores da Costa do Marfim não conseguiriam cumprir seus contratos por causa das chuvas escassas e inconsistentes nas áreas de cultivo do país. "O cacau não acompanhou o rali de preços das commodities no ano passado por causa da forte produção da Costa do Marfim e de Gana", disse o analista Paul Joules, do Rabobank.

As entregas da amêndoa no importante porto de Abidjan, na Costa do Marfim, somaram 34 mil toneladas na semana encerrada em 12 de fevereiro, em comparação a 66 mil toneladas um ano antes. "Os futuros em Londres estão no maior nível desde 2016, e há uma grande posição líquida comprada - fundos estão apostando fortemente na alta dos preços e vêm impulsionando os contratos", disse Joules.

A Fitch Solutions espera que os preços recuem dos níveis atuais e fiquem em 2.008 libras a tonelada, em média, em 2023. Mesmo assim, superariam os preços de 2022, de 1.820 libras por tonelada.

As chuvas nas regiões de cultivo da África Ocidental têm ficado abaixo do normal nos últimos meses, de acordo com a WeatherBell Analytics. No entanto, outros problemas parecem estar afetando a produção.

Segundo Jim Roemer, editor da newsletter WeatherWealth. após a covid-19 a falta de fertilizantes e de incentivos do governo dificultou os cuidados com as plantações em Gana e na Costa do Marfim.

Apesar da alta do cacau, os preços de chocolate no varejo podem ficar sob controle por causa da fraca demanda, dizem analistas. "Consumidores não estão gastando com os mesmos produtos de antes", disse o trader de commodities Peter Mooses. "Inflação e volatilidade cambial também estão pressionando vários produtos alimentícios"

Fonte: brasilagro

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